A Úlcera Venosa é caracterizada por uma lesão na perna consequente à dificuldade do retorno do sangue ao coração. É o estágio mais avançado e grave da Insuficiência Venosa Crônica.
O tratamento da úlcera tem como objetivo otimizar o retorno do sangue ao coração e cuidar do local da ferida com curativo adequado.
A úlcera venosa, também conhecida como úlcera varicosa ou úlcera de estase, é caracterizada por uma ferida na perna que ocorre devido à dificuldade do retorno do sangue dos membros inferiores ao coração. É o estágio mais avançado e grave de uma doença chamada Insuficiência Venosa Crônica. Habitualmente ela é precedida por alterações crônicas da pele, como escurecimento da perna (denominada dermatite ocre), inflamação da pele (chamado eczema de estase) e lipodermatoesclerose, que se manifesta como endurecimento da pele da perna.
Todas estas alterações da pele (dermatite ocre, eczema de estase, lipodermatoesclerose) em conjunto favorecem a formação da ferida, além de dificultarem a cicatrização. Os mecanismos exatos para o aparecimento dessas alterações tróficas de pele ainda não são completamente entendidos, mas a teoria mais aceita atualmente responsabiliza o acumulo de células inflamatórias na perna, devido à alta pressão venosa.
No passado acreditou-se que as úlceras venosas e outras alterações tróficas de pele (escurecimento, endurecimento) decorrentes de insuficiência venosa crônica ocorriam apenas em pacientes com comprometimento do sistema venoso profundo (como em pacientes após quadros de trombose venosa profunda). Porém, atualmente sabemos que a úlcera venosa pode aparecer tanto em pacientes com comprometimento do sistema venoso profundo quanto do sistema venoso superficial (varizes).
A úlcera venosa, quando se desenvolve espontaneamente, localiza-se preferencialmente na região da face interna do tornozelo; muitas vezes, porém, pode ser desencadeada após traumatismos (como coceira, arranhões, machucados de outras causas) – nesses casos, pode ter outras localizações na perna, como a região anterior ou a face lateral.
Em geral, é pouco dolorosa, demora para cicatrizar e pode aumentar de diâmetro e/ou profundidade se não for adequadamente tratada. Complicações podem ocorrer, como uma infecção secundária da úlcera, que se manifesta com dor, mau cheiro, aumento da quantidade de secreção e vermelhidão ao redor da ferida.
O tratamento da úlcera venosa é dividido em medidas para melhorar o retorno do sangue ao coração e cuidados locais com a ferida – existem diversos tipos de curativos disponíveis no mercado. O objetivo final é a cicatrização da úlcera.
O mais importante, sem sombra de dúvida, é tratar a causa da ferida. Quando é decorrente das varizes, o tratamento delas é necessário, podendo ser feito das seguintes maneiras:
Mas os procedimentos, sejam ambulatoriais (como a espuma) ou cirúrgicos (tratamento da veia safena, retirada de veias varicosas) isoladamente não são a solução de todos os problemas! Associado a eles, o tratamento clínico deve ser iniciado de imediato em todos os pacientes. As medidas a seguir são fundamentais para que o tratamento seja eficaz:
Quanto aos cuidados locais com a úlcera venosa, o cirurgião vascular deve atentar-se ao aspecto da ferida e escolher o tipo de curativo mais adequado, que varia conforme a quantidade de secreção que sai pela ferida, profundidade e fase do processo de cicatrização. Cada curativo tem uma frequência de troca especifica, e isso também depende da fase em que se encontra a úlcera.
Caso haja sinais de infecção, um antibiótico deve ser imediatamente prescrito. É fundamental lembrar que os curativos, independente do tipo escolhido, devem ser associados a uma terapia compressiva, seja ela elástica (meia) ou inelástica (bota de unna).
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